Segundo acreditam os apoiantes da destacada ativista ambiental vietnamita Nguy Khanh, ela está a ser alvo de perseguição por ser "uma das poucas vozes naquele país comunista a pronunciar-se contra a crescente utilização de centrais elétricas alimentadas a carvão".
"À luz da sua contribuição para a sociedade vietnamita e do seu trabalho, o veredicto (...) é demasiado duro", disse ontem a GreenID à imprensa da referência.
A notícia coincide com o discurso que fez, na sexta-feira, o secretário-geral da ONU-Organização das Nações Unidas, por ocasião do Dia Mundial da Luta contra a Desertificação.
O português António Guterres fez um apelo aos dirigentes das grandes economias para "acabarem com a era dos combustíveis fósseis".
O secretário-geral da ONU atacou a indústria dos combustíveis fósseis, acusando-a de “agarrar a humanidade pela garganta".
"O primeiro dever de um dirigente é proteger as populações dos perigos evidentes e atuais", rematou Guterres nesta sexta-feira.
Prémio Ambiental
Em 2018 a ativista recebeu o "Nobel Verde" por ter através da sua organização, GreenID, a mais conhecida do Vietname, conseguido convencer o Governo a retirar 20.000 megawatts de capacidade de carvão do plano energético nacional até 2030.
O diretor do Prémio Ambiental Goldman, Michael Sutton, apelou à libertação de Khanh. "Acreditamos que as acusações contra ela fazem parte de uma campanha para silenciar os líderes ambientais no Vietname", afirmou Sutton.
Muito recentemente, segundo lembrou Sutton, a ativista voltou a apelar ao governo do Vietname acerca da necessidade de mais leis contra o uso do carvão e para a proibição da captura da espécie protegida pangolim.
Fontes: AFP/BBC/Reuters