Em conferência de imprensa, a membro da CRP do PAICV, Maria Alves, disse que “instabilidade e crispação” que se vive na edilidade de Santa catarina está espelhado nas “decisões unilaterais e lesivas para o interesse colectivo e municipal”, acrescentando que existe um “grande desânimo” nas pessoas que se dize “enganadas e traídas” por um presidente que “deixou de governar, esquecendo todas as promessas de campanha” e que “perdeu a confiança” do povo e dos colegas do seu próprio partido.
Para o PAICV, Santa Catarina está a passar por esta situação porque, ao invés de governar, o presidente “está focado nas disputas internas”, lembrando que a responsabilidade é sempre do líder e cabe a ele fazer a gestão dos conflitos, razão pela qual considera Alberto Nunes “o foco de instabilidade”.
“Alberto Nunes já deu sinal de cansaço e desgaste e já não tem capacidade para liderar o município de Santa Catarina do Fogo”, referiu a CRP do PAICV, observando que há uma “ausência total” da dinâmica e “não há nenhum projecto estruturante” em curso neste momento.
A CRP do PAICV não considera ser benéfico para este partido, que é oposição no município de Santa Catarina, porque quer ver o município a avançar e a desenvolver-se e não aproveitar a desgraça alheia para chegar ao poder.
Sublinhou que não gostaria que houvesse conflito, mas que o município fosse gerido de forma “séria, competente e dinâmica”, o que “infelizmente não está a acontecer”.
O PAICV-Fogo salientou ainda que a “difícil situação social” é caracterizada por “alguma ansiedade e desespero” por parte da população face à “inoperância e falta de respostas” aos problemas que os afligem da parte dos poderes públicos, sublinhando que muitas famílias vivem em situação de grandes dificuldades e se sentem abandonadas pela edilidade.
“A actual equipa camarária tem demonstrado que perdeu completamente a capacidade de implementar o programa que apresentou em campanha eleitoral”, declarou Maria Alves, apontando o caso do transporte escolar e o “não pagamento dos condutores” como prova do “desnorte e incapacidade” do executivo camarário.
O PAICV exortou o presidente da autarquia de Santa Catarina do Fogo a esclarecer as várias denúncias públicas de eleitos municipais do MpD, para evitar mais suspeições, nomeadamente “porque insiste em não pagar os condutores de transporte escolar, o destino das verbas que constam do orçamento e as que a Ficase transferiu para a edilidade para pagamento transporte escolar, a real dívida do município e o motivo da fraca dinâmica no cumprimento das suas promessas eleitorais”.
A CPR do PAICV lembra, por fim, que Santa Catarina tem “enormes potencialidades” em várias áreas e merecia um presidente e uma equipa que estivesse focada, unicamente, no seu processo de desenvolvimento e não em disputas pessoais “que não interessam ao município”, apelando por isso a Alberto Nunes para assumir as responsabilidades e concentre naquilo que interessa à população de Santa Catarina do Fogo. A Semana com Inforpress