"Neste momento, o principal condicionalismo é a incerteza sobre o que é que se passa. Em vários países a situação da Covid-19 está a agravar-se e isso tem impacto a nível do processo eleitoral, quer na realização do recenseamento, quer na realização das eleições", disse Arlinda Chantre, citado pela Lusa.
Em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, 03, na Cidade da Praia, esta responsável manifesta alguma esperança na melhoria da situação da Covid-19. “A tendência é que as coisas venham a melhorar, principalmente, neste momento, em que há a hipótese de uma vacina", prosseguiu, acrescentando que os condicionantes têm a ver com a capacidade da DGAPE em fazer chegar todo o material a todos os países onde está a Diáspora cabo-verdiana e onde o país realiza as eleições.se
"Esta é sem dúvida a nossa grande preocupação", reforçou Arlinda Chantre, para quem a questão se coloca, essencialmente, em relação ao estrangeiro, lembrando que o país realizou eleições autárquicas em 25 de Outubro, em que só podem participar cidadãos residentes, numa altura em que a situação da pandemia no arquipélago estava mais complicada.
Ainda, conforme escreve a Lusa, a diretora-geral garantiu que tudo vai depender da data exata marcada para as eleições, uma vez que a situação da pandemia não é igual em todos os países, o que vai afetar diferentemente cada Estado onde Cabo Verde realiza as eleições legislativas.
Cabo Verde realiza eleições legislativas em 21 Estados, estando sob a soberania do Estado de acolhimento, o que segundo a dirigente torna-se "mais complicado" porque são esses países que vão definir as condições, naquele momento, para que o arquipélago possa realizar aí as eleições.
De ressaltar que por causa da Covid-19, Cabo Verde poderá ser obrigado a constituir assembleias de voto apenas nas suas embaixadas, o que para Arlinda Chantre terá um impacto de "diminuição considerável" no número de votantes na Diáspora, onde estão inscritos cerca de 40 mil eleitores.
“A diretora-geral do serviço central de apoio ao processo eleitoral disse que as recomendações do Presidente da República, que marca a data das eleições, vão no sentido de se avançar com todo o processo e garantir que, qualquer que seja a data marcada, o processo seja cumprido”, cita a nossa.
Já, a presidente da CNE, Maria do Rosário, também manifestou essa preocupação com a logística, sobretudo das eleições legislativas, que deverão acontecer em Março do próximo ano.
"Sabemos que nas eleições legislativas participam os cidadãos cabo-verdianos residentes na Diáspora e ainda, o recenseamento eleitoral nos vários países ainda não arrancou. As preocupações prendem-se, exatamente, com estas questões da logística e do recenseamento eleitoral e do contexto da Covid-19", reforçou Maria do Rosário Gonçalves, citado pela Lusa, apelando pelo respeito do calendário eleitoral.
Maria do Rosário Gonçalves disse que as eleições legislativas devem acontecer em Março, para evitar o adiamento das presidenciais, o que obriga a que o Presidente da República prolongue o seu mandato para além de 20 de Outubro.
"Esse esforço da logística eleitoral sob a responsabilidade do Governo terá algumas dificuldades, mas podem ser ultrapassadas", considerou a presidente do órgão independente e permanente que funciona junto da Assembleia Nacional, conforme escreve a nossa fonte.
Refira-se que depois das legislativas, em 2021 Cabo Verde ainda, deve realizar eleições presidenciais, que deverão ser marcadas para, pelo menos, seis meses depois, ou seja, em Setembro do próximo ano.