Em declarações aos jornalistas, à margem do lançamento, José Cunha assegurou que se está perante um caso “inédito e um gesto extraordinário”, uma vez que a obra foi feita para ser ofertada aos familiares e amigos do autor.
“Penso que é o primeiro diário publicado por um autor cabo-verdiano com esses propósitos e com essa intenção”, demonstrou, salientando que o livro já tinha sido anunciado num outro lançado anteriormente e que se trata de um balão de ensaio para o próximo.
Segundo mostrou, o poeta e Presidente da República habitam na mesma pessoa, mas, ao seu ver, o presidente não escreve como poeta e vice-versa.
“Portanto, é um casamento feliz na medida em que dá um olhar poliédrico diversificado da realidade. Aquilo que o Presidente da República escreve o poeta não escreve e aquilo que o poeta escreve o presidente não escreve”, realçou, acrescentando que o interessante nisso é que a mosca do título faz lembrar-se do poeta que viaja, “muitas vezes clandestinamente”, com o presidente.
Por sua vez, o autor explicou que se trata de um livro que decidiu publicar na véspera do Natal, numa edição feita em tempo recorde.
“São 100 textos, uns muito curtos e outros mais longos, formalmente em prosa, mas creio que será prosa poética, que tem por substrato observações que vou fazendo no dia-a-dia sobre os factos sociais, vivências, objectos e factos políticos, que constam de um texto muito maior, uma espécie de um diário, que vou escrevendo há uns dois ou três anos”, declarou.
Conforme Jorge Carlos Fonseca, o livro é uma prenda de Natal que resolveu dar em tempos de celebração da elevação da morna a património da humanidade.
Segundo garantiu, o seu lado escritor influencia no desempenho da sua função como Presidente da República, principalmente no que se refere ao incremento dos discursos.
Jorge Carlos Fonseca revelou que escreve sobretudo à noite ou de madrugada, tendo em conta que é uma pessoa de muita insónia.
“A insónia pode ser aproveitada para escrever”, enfatizou, realçando que sempre dorme com um caderninho na banquinha para escrever alguma coisa ao acordar. A Semana com Inforpress