NOTÍCIAS

A SEMANA : Primeiro diário caboverdiano em linha

Instituições cabo-verdianas assinam protocolo para ensino da bateria e percussão 26 Maio 2023

Três instituições cabo-verdianas, entre elas a Cesária Évora-Academia de Artes (CEAA) assinaram hoje, na Praia, um acordo de parceria para dinamizar o ensino da bateria e da percussão, sobretudo para crianças, que tem registado muita procura.

Instituições cabo-verdianas assinam protocolo para ensino da bateria e percussão

O protocolo foi assinado pelo diretor-geral das Artes e Indústrias Criativas do Ministério da Cultura, Adilson Gomes, pela coordenadora da CEAA, Lígia Timas, e por membros do Instituto de Bateria e Percussão (IBP) e visa essencialmente a cedência do espaço da CEAA para o ensino da bateria e da percussão.

“Vamos ensinar bateria e percussão, trabalhar com jovens e crianças e fazer os possíveis para ter um novo ramo de músicos que vai chegar a Cabo Verde e sempre melhorar a cultura e a música cabo-verdiana”, perspetivou Renato Maio, professor de bateria do IBP, que existe oficialmente há alguns anos, mas precisava de um espaço para dar aulas.

“Como queríamos começar aulas e eles [CEAA] estavam com falta de bateristas, unimos o útil ao agradável, juntamos as nossas forças para melhorar mais ainda a parte de bateria e percussão em Cabo Verde”, descreveu o músico, dando conta que há muito mercado e muitas pessoas interessadas em aprender bateria e percussão no país, principalmente crianças.

Entretanto, alertou que se trata de um instrumento “muito complexo”, que exige não só trabalho de músculos e membros, mas também trabalho mental. “Muitas pessoas pensam que é só bater, mas é muito além disso”, apontou.

Para Adilson Gomes, uma das valias da parceria tripartida vai ser a sistematização de um programa de ensino da bateria e percussão, ajudando a CEAA no processo de formalização do setor artístico, e principalmente da música, em Cabo Verde.

“Se diz a 80 ventos que somos um país de músicos e de música, de talentos, mas ainda falta-nos essa parte de sistematização do ensino das artes, essa parte de não sermos analfabetos na leitura das artes, neste caso específico da música”, completou Lígia Timas.

A CEAA é um projeto promovido pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, que tem o nome da cantora mais famosa do país, conhecida como a ‘Diva dos pés Descalços’ (1941-2011), que conta atualmente com 107 alunos inscritos, e ministra formações em iniciação musical a 88 alunos da Escola Técnica Cesaltina Ramos, ao abrigo de uma parceria entre as duas instituições.

Piano e guitarra cabo-verdianos, iniciação à guitarra, cordas clássicas e canto são algumas das formações que ministra nas suas instalações, na cidade da Praia. “Temos feito um ‘forcing’ para que o ensino das artes seja sistematizado, organizado e com programas anuais”, explicou.

Lígia Timas não tem dúvidas que os cabo-verdianos estão “menos analfabetos” em relação às artes e à música, em particular, não só devido à academia, mas também a outras iniciativas em todo o país de ensino, promoção e desenvolvimento de competências artísticas em crianças, adolescentes e jovens.

Segundo a coordenadora, o maior desafio da academia é ter formadores com competências teóricas e práticas neste setor, bem como ter constituição jurídica, para ter a sua autonomia administrativa e financeira.

A Semana com Lusa

Os artigos mais recentes

100% Prático

publicidade


  • Mediateca
    Cap-vert

    Uhau

    Uhau

    blogs

    Copyright 2018 ASemana Online | Crédito: AK-Project