Nicolas Sarkozy, de 65 anos, indiciado desde 2014 voltou a declarar a sua inocência. Em tribunal disse que o processo contra si é "um escândalo que ficará para a história".
Segundo o tribunal de júri que decidiu, "os factos da acusação [contra Sarkozy] são particularmente graves, por se tratar de um ex-presidente da República, e como tal, guardião da independência da Justiça".
Sarkozy "serviu-se do seu estatuto de antigo presidente da República e das relações políticas e diplomáticas que estabeleceu durante o exercício do cargo, para retribuir serviço a um magistrado que o serviu a nível de interesses pessoais", afirma a sentença do trio de magistrados.
Com o antigo presidente foram condenados dois dos seus advogados. Todos os três "vão cumprir pena efetiva sob o regime de prisão domiciliária com vigilância eletrónica, dada a situação atual", lê-se no acórdão.
’Persona’ de Paul Bismuth
O antigo chefe de Estado utilizou o nome "Paul Bismuth", que de facto corresponde a um empresário israelita — que disse em 2014 que não iria apresentar queixa contra o ex-presidente.
Tinha sido o advogado Herzog a propor essa usurpação de identidade para Sarkozy poder manter conversas telefónicas comprometedoras e que configuram o crime de tráfico de influência.
Financiamento líbio será julgado em maio
Outro caso pendente na justiça é o do alegado financiamento líbio à campanha de Sarkozy em 2012. François Hollande venceu e o presidente, derrotado na reeleição, desde então anda a braços com a justiça.
Politólogos analisam que a carreira política de Nicolas Sarkozy terminou.
Fontes: Le Figaro/BBC/AP. Relacionado: . Foto (Reuters): Nicolas Sarkozy à chegada ao tribunal de Paris que o veio a condenar. É o segundo ex-presidente da V República condenado, depois de Jacques Chirac.