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“Expedição Darwin 200 projectou trabalho futuro de Cabo Verde no domínio da protecção ambiental” – PR 18 Setembro 2023

O Presidente da República considerou domingo, 17, que a expedição mundial Darwin 200, que trouxe a Cabo Verde cinco líderes ambientais para trabalhar projectos de conservação durante uma semana, projectou o futuro do País na protecção ambiental.

“Expedição Darwin 200 projectou trabalho futuro de Cabo Verde no domínio da protecção ambiental” – PR

José Maria Neves fez estas considerações após assistir à apresentação dos resultados finais dos estudos e projectos desenvolvidos pelos cinco líderes no quadro do projecto internacional Darwin 200, expedição que visa recriar a viagem ao mundo que Charles Darwin fez há quase 200 anos para descoberta de novas espécies, durante a qual passou por Cabo Verde.

Segundo o Presidente da República, que acompanhou o projecto enquanto Patrono da Década dos Oceanos e Champion da Preservação do Património Natural e Cultural de África, a expedição mostrou a riqueza da fauna e flora em Cabo Verde e também projectar o futuro no que se refere à conservação das espécies.

“Vimos aqui répteis, aves marinhas, a tartaruga, diversas espécies de vegetais de modo que esta expedição acaba por mostrar-nos a riqueza da biodiversidade cabo-verdiana e apresenta-nos os desafios que temos para o futuro. Para garantir o equilíbrio ecológico das ilhas é fundamental que se trabalhe no sentido da preservação dessas espécies”, considerou José Maria Neves.

Um dos resultados dessa expedição foi a redescoberta de um filhote da lagartixa endémica de Cabo Verde, a Osga de Bouvier, em Santa Luzia, pelo jovem brasileiro Gabriel Mendonça, que fez parte dos cinco Darwin Leaders desta expedição.

Segundo, o coordenador do Departamento de Conservação, Alberto Queiruga, a redescoberta desta espécie, que já tinha sido avistada por elementos da Biosfera, em Maio, no Monte Espia, em Santa Luzia, veio trazer a esperança de que a sua população esta a reproduzir-se nessa ilha após muitos anos a acreditar que estava em extinção.

“O réptil foi descoberto em Maio por uma equipa da Biosfera que ficou lá uns dez dias. Nós estamos a fazer um senso geral de toda a ilha de Santa Luzia, mas, especificamente, no Monte Espia descobrimos quatro indivíduos que nos estão a dar informação de que tem uma população lá existente”, explicou Queiruga.

O mesmo acredita que a presença desta espécie no local deve-se ao facto do trabalho da Biosfera que fez a eliminação das espécies invasoras, como abate de gatos selvagens e controlo de ratos que eram predadores do Osga de Bouvier.

Agora, com esta expedição Darwin 200, acrescentou, a ideia foi tentar descobrir qual é o estado da população Osga de Bouvier em Santa Luzia.

“Infelizmente, a população é muito baixa porque só encontramos um indivíduo naquela expedição. O resultado nos dizem que aquela população está a recuperar-se, mas ainda está muito fraquinha, então temos que continuar com os trabalhos de controlo das espécies invasivas que estão a impedir que a população aumenta”, afirmou.

Segundo o jovem líder Gabriel Mendonça a redescoberta desta espécie é “muito importante” porque a partir de agora “traz outras perspecetivas” principalmente, sugeriu, transformar esta espécie num símbolo nacional baptizando-o com o nome Osga Montanhosa de Luzia, a par do seu nome científico.

“Ao acharmos um filhote acredito que conseguimos avançar um pouco mais na frente em termos de direcionamento de recursos para fazer melhores pesquisas e preservar este símbolo”, sustentou Gabriel Mendonça, para quem a medida do Governo de transformar Santa Luzia numa reserva natural e o trabalho da Biosfera na conservação das espécies mostra uma nova esperança para esta espécie que estava criticamente ameaçada em extinção.

A Semana com Inforpress

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