O quadragésimo-quinto presidente rompeu com uma tradição de quase meio século iniciada com o 39º, o presidente Carter, pela qual os presidentes da República fazem a entrega das declarações de impostos para divulgação pública. Donald Trump recusou sempre publicar as declarações fiscais, e com isso abriu a porta às mais diversas especulações sobre a extensão factual da sua fortuna.
É histórica a decisão proferida esta segunda-feira pelo Supremo, que mais uma vez rejeitou a nova tentativa de Donald Trump para evitar a entrega dos seus arquivos contabilísticos à Procuradoria nova-iorquina.
Uma decisão histórica que tem um peso extraordinário: a Procuradoria pode prosseguir com as investigações e, deste modo, o ex-presidente arrisca mesmo vir a ser condenado, desta vez por crime fiscal.
Supremo desde o pós-3-11 tem indeferido
Na esfera política, tornou-se facto evidente desde a derrota de Trump na eleição presidencial de 3 de novembro: o Supremo recorrido está a indeferir, regra geral.
Indeferimento após indeferimento aos recursos relativos à eleição presidencial. Foi indeferido o pedido do Texas para impedir o voto em Biden pelos grandes eleitores de quatro Estados – os republicanos Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin — como foi divulgado a 11 de dezembro.
"Não se evidencia a alegação de fraude", sentenciou em texto lacónico o Supremo Tribunal de Justiça, que voltou a rejeitar mais uma tentativa da ala republicana para, através da instância judicial, reverter os resultados da eleição presidencial de havia seis semanas.
A ação proposta pelo Texas, uma semana antes, visava impedir a votação em Biden por parte dos Estados "republicanos" de Michigan, Pensilvânia, Wisconsin e a última que Trump perdeu: Geórgia (Biden ganha Geórgia e Carolina do Norte é de Trump, 14.nov.020).
Ao fim de três meses buliçosos em todas as frentes, viu-se que a tentativa desesperada do controverso presidente para "segurar" o Supremo também não deu frutos. A aposta na frente judicial incluiu desde logo a meteórica indicação da magistrada Amy Coney-Barrett para o Supremo (EUA: Republicanos do Senado confirmam Amy Coney Barrett no STJ — Democratas impotentes, 29.out.020; Trump escolhe Amy Coney Barrett para Supremo, 27.set.020; Trump ...— Infeção com origem no ato solene de escolha de Amy Coney Barrett para Supremo, 04.out.020).
Fontes: Washington Post/WSJ/ New York Times. Foto: Tribunal Supremo dos Estados Unidos.