A fundadora e dirigente da fundação, Maria Pereira, explicou à Inforpress que mesmo com a situação da pandemia, conseguiu “driblar” as dificuldades impostas pela covid-19 e enviou ao País dez volumes que foram distribuídos pelas ilhas do Maio, Fogo e ainda estão a fazer entregas na Brava.
Segundo a fundadora, esta missão foi a “mais grande” de todo o percurso que a fundação já fez desde a sua criação, em 2018, tendo iniciado a entrega desta vez na ilha do Maio, abrangendo 11 zonas e beneficiando 30 famílias identificadas pela Cruz Vermelha local.
Na ilha, realçou que entregou cestas básicas para que as famílias pudessem passar um Natal “mais digno e com um carinho diferente”, mas que também tinha projecto para entregar 450 kits para a saúde oral e bucal das crianças, que não foi possível entregar na mesma altura, devido a atrasos com a chegada da encomenda.
Depois da ilha do Maio foi a vez do concelho dos Mosteiros e São Filipe na ilha do Fogo.
Nos Mosteiros, conforme disse, foram entregues 25 cestas, mas também esta visita ao município lhe mostrou “várias situações difíceis e complicadas” por que passam algumas famílias.
Não obstante as dificuldades, destacou casos de pessoas que mesmo na dificuldade, demonstram “bom senso de humor e humildade para com a situação que vivem”, facto este que motivou ainda mais a equipa no terreno.
No concelho de São Filipe, a fundação abrangeu 25 famílias, nomeadamente das localidades de Patim, Jardim e Luzia Nunes.
Já na ilha Brava, além de entregar 30 cestas básicas com kits de higiene aos utentes da Cruz Vermelha, Maria Pereira deixou claro que, alguns dos projectos e entrega que possui para a ilha, é a título pessoal.
Pois, conforme explicou, somente no ano passado veio à ilha Brava três vezes para entregar equipamentos, brinquedos e materiais enviados pela fundação, mas que este ano a remessa pela ilha foi menor.
A equipa ainda continua a entregar alguns equipamentos como fraldas, muletas e outros produtos nas comunidades, que também é vista pela dirigente como uma oportunidade para ver de perto as situações que carecem de uma “maior atenção”.
No quadro das dificuldades para levar a cabo estas acções, Maria Pereira elencou os problemas financeiros, pois com a pandemia não foi possível angariar fundos para preparar e enviar as encomendas que rondam os 500 mil escudos e os atrasos no envio e despacho das mesmas.
Segundo a mesma, o processo de desalfandegamento no País é “muito lento” e muitas vezes o custo é elevado, apontado o caso de desembaraço alfandegário de um dos volumes para o qual teve que pagar mais de cem mil escudos.
Na questão do desalfandegamento agradeceu a Câmara Municipal que lhe apoiou e custeou com o levantamento de parte destas encomendas, aliviando assim os custos pessoais e da fundação.
“Tudo o que faço e que a equipa faz é com esforço e o nosso trabalho é voluntário. Queremos apoiar”, finalizou.
Entretanto, a fundadora pede à população que dê mais valor ao gesto, porque, conforme apontou, “as pessoas já estão acostumadas em receber” e muitas vezes apresentam comportamentos que lhe deixam triste e quando não há nada para oferecer ficam questionando de uma forma muito inusitada.