Pelo Natal de ’89, um mês após a Queda do Muro de Berlim, um casalinho recém-chegado à ’Big Apple’ assistiu à inauguração da estátua do “Attacking Bull” na Wall Street, a icónica rua da Bolsa em Manhattan.
O relato pelo telefone suscitou a imagem do conto de infância na ilha das montanhas, onde pensavam as interlocutoras ser o berço da figura temível do boi em fúria. Daí o "Blimund" do título.
A versão da infância tem, sem surpresa, uma referência importante — que se entende em contexto. É o verso em que o boi é atraído para o isco que é a codêzinha/kodêzinha do rei, que na versão em banda desenhada se torna em "vaquinha de Praia". A lógica — exercício de louvar se bem aplicada — aqui, não: matou não só as referências culturais mas também todas as conotações que exigem muito tempo para construir e entender. Adiante.
Vandalismos e autores detidos ... ou não
O atacante do Touro da Wall Street, obra de arte em bronze do escultor italiano Arturo Di Modica, está já a sofrer os rigores da lei.
Diz a reportagem da ABC, depois completada com a foto do New York Times, que foi identificado e detido o vândalo que arrancou um dos cornos do Touro com uma barra de metal: Tevon Varlak, de 42 anos, natural de Dallas.
Pelas nossas cidades e outros locais de memória, quantos vandalizaram e desmentindo a dura lex sed lex (escarnecendo-a até) não foram detidos?
MLL