«Mais uma vez, iniciamos um ano letivo não muito diferente dos anteriores, caracterizado, por um lado, por um forte descontentamento do SINDEP e da CLASSE DOCENTE CABO-VERDIANA, visto que são muitos os professores que continuam com pendências, injustiçados, desmotivados e frustrados, e, por outro lado, há quem se vangloria com apenas a reabilitação e pintura de algumas escolas, como se os males acima referidos não merecessem consideração de quem de direito», lê-se no comunicado remetido a este diário digital de referência.
O documento realça, no entanto, que o SINDEP valoriza estes ganhos porque também, a priori, propiciam melhorias no trabalho docente, mas questiona de que vale ou quão vale estas pinturas e reabilitações nas (paredes) escolas se o seu corpo docente de não estiver bem, não se sentir valorizado e ver atendido os seus direitos.
Os vários problemas por resolver
Dirigindo-se aos associados, a liderança do SINDEP fez questão de realçar que são vários os problemas que continuam a afetar negativamente a classe e profissão, que poderiam e podem ser resolvidos com a vontade e ação de quem governa e dirige Educação no país. « Não obstante os pendentes existentes, nomeadamente a não publicação de todas as reclassificações e transições, o não pagamento dos subsídios pela não redução da carga horária e das horas extras, existem questões urgentes e que merecem toda a nossa atenção especial enquanto professores e sindicato, e que também deveriam preocupar o Ministério da Educação e o Governo, tais como a qualidade do ensino no país, uma nova grelha salarial para a classe docente, a nomeação definitiva no cargo de todos os professores e professoras que possuem os requisitos exigidos no atual (Estatuto de Carreira do Pessoal Docente ( ECPD) e o descongelamento imediato da carreira docente».
Segundo a mesma fonte, o SINDEP diz que gostaria ainda de informar os professores e as professoras do Liceu da Várzea (Praia) que o mesmo está atento à situação deles e que, caso se mostrar necessária a sua intervenção, o sindicato agirá em conformidade com a lei.
Conforme a mesma fonte, o SINDEP apela à classe docente no país para estar atenta, unida e coesa à volta da organização, sindicato que sempre esteve, está e continuará empenhado na resolução dos problemas que afetam os docentes. Reiterou o seu compromisso de tudo fazer para normalizar e valorizar a profissão, a carreira e os professores e as professoras de Cabo Verde.
«O SINDEP apela ainda ao comprometimento de todos e de cada um à causa da educação no país, continuando a desempenhar a sua profissão com nobreza, com elevação e excelência de sempre», lê-se na mensagem que vimos citando.
Apelo para luta e coesão da classe
O sindicado tranquiliza os professores e as professoras cabo-verdianos de que vai continuar atento, vigilante e determinado em vencer esta batalha de valorização e dignificação da classe docente cabo-verdiana, juntamente com todos os professores, esperando uma resposta positiva e massiva de todos e de todas quando vierem a ser chamados.
O sindicato mais representativo do sector da Educação em Cabo Verde confessa que aguarda com alguma ansiedade e preocupação a proposta de Orçamento de Estado para o ano de 2024 e alerta a todos os professores e professoras do país para também estarem atentos.
Avisa «que se os compromissos não forem assumidos na totalidade pelo Ministério da Educação e Governo da República, mobilizará toda a classe docente no país para uma luta, que é de todos e para todos», conclui a mensagem do SINDEP, desejando um bom ano letivo a todos, em especial aos seus associados e suas associadas.