Siya Kolisi ergue a Taça "Webb Ellis" que consagra os Springboks — a seleção da África do Sul — campeões do mundo de râguebi. A sua terceira Taça.
Foi em 1995 que os Springboks receberam o seu primeiro troféu "Webb Ellis", entregue pelo presidente Nelson Mandela, que vestia a camisola nº 6, a do treinador François Pienaar. Era a primeira vitória logo no primeiro campeonato em que a África de Sul participava e de que era o país-anfitrião, ao fim de décadas de banimento devido ao apartheid.
Mandela, que tomara posse havia um ano, garantira que o râguebi — que fora instrumentalizado no apartheid — serviria doravante "para unir os sul-africanos, que a segregação racial dividiu".
Vinte e quatro anos depois, nota o New York Times, o presidente Cyril Ramaphosa voa até ao Japão e mostra-se ao mundo a envergar a sua camisola Springbok. Segundo o site da presidência, a mensagem é clara: o râguebi antes desporto segregado, exclusivo da minoria branca, tem de "continuar a promover a unidade da nação" de 55 milhões.
Vida
"Quero que este título venha a inspirar cada miúdo do nosso país, a África do Sul", disse Siyamthanda Kolisi, que nasceu em 16 de junho de 1991 — a mãe tinha 16 anos e o pai 17 — num bairro pobre da maioria segregada até que a luta de Mandela pôs término ao apartheid.
Em 2007, para poder ver os Springboks a receber a sua segunda Taça, a Rugby World Cup/Taça Mundial de Râguebi, Kolisi sem televisão em casa entrou num bar. A inspiração já estava com ele desde os 11 anos, mas ao ver John Smit a erguer o troféu após a vitória sobre a Inglaterra em Paris, mais se convenceu que o seu caminho ia ser esse.
Em 2014, o raguebista profissional e a esposa Rachel integraram na família recém-formada os dois irmãos dele órfãos, Liyema e Liphelo. Em 2015 e 2017 nasceram os dois filhos do casal.
Fontes: Sport TV/Times of Japan/BBC/.... Foto AP.