O alerta é da Associação Comunitária de Lagoa da Ribeira das Patas, que considera “preocupante” a situação social reinante no seio da grande maioria da população dessa comunidade, que vive, basicamente, da agricultura de sequeiro e pecuária.
Conforme a Inforpress, a Associação para o Desenvolvimento Integrado da Ribeira das Patas (ADIRP) já, por algumas vezes, avisou para a necessidade de as autoridades municipais intervirem nessa zona, cuja “população precisa, urgentemente, ser socorrida”, com abertura de emprego público.
A edilidade portonovense, prossegue a mesma fonte, concorda que, de facto, Lagoa da Ribeira das Patas representa “um caso preocupante” em termos sociais, face à situação de seca que assola, de forma particular, o município Porto Novo.
“Lagoa da Ribeira das Patas é, de facto, um caso inquietante, uma comunidade que preocupa a câmara municipal, que precisa socorrer as famílias mais vulneráveis com a criação de, pelo menos, 50 postos de trabalho”, admitiu o edil, Aníbal Fonseca.
Porto Novo, devido à aridez do seu clima, enfrenta já “o período mais critico” da seca, que se prolonga até Julho ou Agosto, situação que leva a autarquia e os serviços locais do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) a defenderem o reforço do programa de emergência neste concelho.
Além de Lagoa da Ribeira das Patas, os Planaltos Norte e Leste, cuja maior parte das populações encontra-se em situação de vulnerabilidade, por causa da seca, merece, também, “uma atenção redobrada” das autoridades, segundo o autarca.
“A câmara municipal preocupa, naturalmente, com os problemas de todas as comunidades, mas há determinadas localidades que, pela sua situação social particular, merece uma atenção redobrada”, sublinha o Edil.
Pelo menos, 360 famílias em todo o município do Porto Novo encontram-se, actualmente, em situação de vulnerabilidade, marcada, sobretudo, pela escassez de alimentos e penúria de água, revela a Inforpress.
Desde de Dezembro, altura em que se iniciou, neste concelho, o programa de emergência para mitigação dos efeitos da seca, foram criados, localmente, cerca de 600 postos de trabalho com intervenções na melhoria das acessibilidades.
Porto Novo, pelas suas especificidades (extenso e árido) começa a enfrentar o “período mais critico” da seca, que vai exigir o reforço do programa de emergência, segundo delegado MAA neste município, Joel Barros.
“Há que ter alguma cautela, porque a partir de Abril/Maio virá o período mais critico”, alertou este responsável, que se juntou ao edil do Porto Novo no apelo ao Governo quanto à necessidade do reforço das verbas do programa de emergência, sobretudo, na vertente emprego público.
Segundo fontes citadas pela Inforpress, estima-se que uma cifra de 80% das famílias no Porto Novo está a ser afectada pela seca que assola este município, onde 62% da população rural vive, essencialmente, da pecuária e agricultura de sequeiro.
Com uma taxa de pobreza de 51%, Porto Novo enfrenta um dos piores anos de seca da última década, com forte impacto na vida das populações, situação que coloca em risco a segurança alimentar de, pelo menos, 360 famílias (1.534 pessoas), residentes, predominantemente, nas zonas altas.
No quadro do programa de emergência para a mitigação dos efeitos da seca, Porto Novo foi contemplado com uma verba de quase 80 mil contos para a criação de empregos, salvamento do gado e mobilização de água para a agricultura, conclui a Inforpress.