Conforme apurou este jornal, Mairote tem quatro filhos, 31 netos, 53 bisnetos e três trinetos. A 12 de Julho de 2017 festejou, num grande grande familiar, os seus 100 anos de vida – nasceu a 12 de Julho de 1917.
O Asemanaonline conversou com ela na casa da sua filha em Jardim, onde foi passar dia, que dista cerca ou à volta de um quilómetros de Patim. Quando o repórter chegou ao local, encontrou Mariote, como muita gente contava na zona, a fazer parede e arrancar ervas daninhas (ver fotos) nos arredores da residência referida. Faz isto sistematicamente na sua casa em Patim.
Sentada numa cadeira à porta do edifício da filha - na sombra debaixo de uma árvore junto de filhos e netos - Maria Fernandes deu um sinal claro de estar rija e lúcida. Identificou primeiro o repórter, apresentando-lhe condolências pela morte da mãe no dia 15 de Novembro, que diz conhecer e reconhecer bem. Respondeu que se encontrava bem fisicamente, quando foi interrogada sobre o seu estado de saúde. «Estou bem, graças a Deus!. Vejo ainda direito e não tenho problema de tensão arterial – não tomo remédios. Só sinto, de vez em quando, alguma queimação nos pés», disse, garantindo que alimenta-se normalmente, apesar de comer pouco e várias vezes diariamente.
Mariote explica que, quando era jovem, era forte e desafiava homens. « No meu tempo punha homens no rabo (deixar para trás nas primeiras e segundas mondas) no período de azágua», conta em risada. É que a centenária era também conhecida pelos seus dotes de humor: era sempre chamada para contar «parte» (estórias) em encontros, visitas, baptizados, entre outros actos, a pessoas – adultos e crianças na zona.
A mulher mais idosa de Patim tem assim uma assim história de vida rica.Neste particular, destaca-se o caso do burro malcriado (Matcho Nho Tchiquete) que poucos homens o montavam por medo de o animal lançá-los ao chão. Conta com piada que com a ela a coisa foi diferente. «Na altura, eu era forte e tinha 1,73m de altura. Num desafio aos homens, montei o macho malcriado de Nho Tchiquete (morador de Patim) e fui passar a festa de São José (14 de Maio), perto da descida de «Spigon», na Cova Figueira de Santa Catarina de Fogo. Como tinha muito peso, fiz o burro correr – tanto na ida como no regresso. Quando cheguei ao Patim o «Matcho de Nhó Tchiquete» malcriado chegou mansinho e permaneceu três dias com orelhas viradas para o chão e o carpo em baixo», descreveu com a piada.
Ainda rija, Nhá Mariote, como é chamada em Patim, prepara-se agora para celebrar os 101 anos a 12 de Julho deste ano. Tudo indica que a festa vai ser forte, porque tem uma família linda e amiga, segundo garantiu o seu filho Cristino, que transportou o repórter do Asemanaonline para esta entrevista com a Maria dos Santos Fernandes, que aconteceu na localidade de Jardim.Fotos da neta Dilza