A jovem dirigente tambarina faz questão de fundamentar que o balanço que se faz deste mais de um ano de governação do MPD na Câmara Municipal do Porto Novo, é extremamente negativo, já que limitou apenas a concluir alguns projectos herdados da gestão anterior. «Aliás, é a própria Câmara que classificou de medíocre o seu desempenho, ao dizer, na última Sessão da Assembleia Municipal, que apenas conseguiu cumprir 35% do seu Plano de Actividades», elucidou.
Diante disto, Elisa Pinheiro desafiou o Governo e a Câmara Municipal a cumprirem com os compromissos assumidos e responder às inquietações dos munícipes, que estão a aumentar por causa do impacto negativo da seca no concelho. «Considerando que as chuvas estão a demorar a cair, e que o impacto negativo de um mau ano agrícola já se faz sentir com grande intensidade neste Concelho, gostaríamos igualmente de perguntar ao Governo e à Câmara Municipal quando é que vão implementar o tão falado plano de emergência para socorrer a população deste nosso município, que é maioritariamente composta por agricultores e criadores de gados, colmatando assim o agravamento da situação. E do mesmo modo, solicitamos à Câmara Municipal que apresente propostas concretas para o Fundo do Turismo e a Taxa Ecológica que são disponibilizados para apoiar os agricultores e promover o emprego no Concelho, uma vez que o programa de emergência para Santo Antão, decretado pelo Governo em 2016, já chegou ao fim, e para além das obras inacabadas, os agricultores ainda aguardam para serem contemplados a nível da recuperação das suas propriedades agrícolas», enfatizou.
Compromissos e Câmara a ritmo de caranguejo
Referindo-se às promessas eleitorais, a 1ª secretário do PAICV no Porto Novo lembrar que a equipa Camarária liderada por Aníbal Fonseca assumiu durante a campanha eleitoral inúmeros compromissos com os portonovenses. Promessas que, segundo ela, vão desde a melhoria e a construção de estradas de penetração às localidades do interior do Concelho, ajuda às famílias carenciadas, apoios aos sectores do turismo, da agricultura e da pesca e da pecuária. Isto sem contar com a construção de polivalentes, melhorias de polidesportivos cobertos, campos de futebol, inclusive relvados em algumas zonas do Concelho.
«E neste momento, cabe-nos perguntar ao MPD o que já fez para Porto Novo. Pois, o que verificamos neste momento, e que os próprios munícipes facilmente chegarão a conclusão, é que: As expectativas encontram-se totalmente frustradas; Temos um Município cada vez mais pobre; Não existem políticas/medidas capazes de estimular e promover empregos e rendimentos às famílias; Temos um desemprego em massa em todo o território municipal, abrangendo chefes de família, com enfoque para as mulheres e os jovens; Houve despedimento de vários Quadros Jovens recém-formados, para poderem enquadrar pessoas afectas ao MPD, motivado por compromissos políticos, e no entanto, temos Delegados, sem o perfil exigido pela lei, na maioria das Delegações Municipais; Constata-se também um enorme retrocesso nos Serviços de Saneamento Básico», quantificou.
Elisa acrescenta que a população do interior do Concelho «sente-se completamente abandonada, uma vez que a actual Equipa Camarária não tem demonstrado vontade e capacidade de trabalho para resolver os problemas que fustiguem essas localidades, verificando-se uma alarmante penúria de água não apenas potável, mas também para o gado».
Referindo à comunicação, a primeira secretária do maior partido da oposição no Porto Nova avança que a situação complica-se cada vez mais, «porque as chamadas obras de melhoramento ou de reconstrução das estradas de acesso e caminhos vicinais decorrem a passos de caranguejo», havendo zonas onde nem se quer iniciaram-se, apesar do prazo para a conclusão se ter expirado.
«No domínio da saúde, a situação contínua alarmante, registando graves problemas no atendimento e na evacuação de doentes. Relativamente à Educação, iniciou-se o novo ano lectivo e ainda os país e os encarregados de educação desconhecem-se quais os apoios da Câmara Municipal, em relação ao transporte escolar. Os pescadores continuam à deriva nos nossos mares e a mercê da sua sorte. Os Operadores Turísticos seleccionados como beneficiários do Programa “ Rota das Aldeias Rurais” de Santo Antão, lançado ainda em 2016, continuem sem usufruir dos prometidos financiamentos, quando com o atual Governo já foram assinados dois protocolos com os municípios de Santo Antão», questionou a dirigente tambarina.
Governo e promessas pendentes
A líder do PAICV no Porto Novo não poupou também críticas ao Governo da República. É que, segundo ela, o executivo de Ulisses Correia e Silva já se aproxima para dois anos de governação, mas os portonovenses ainda continuam a aguardar pelo cumprimento dos diversos compromissos assumidos durante as campanhas eleitorais. São, conforme enumera, os casos de Emprego para todos os Jovens do Município, mais formação e bolsas de Estudo, também para os Jovens locais.
Lembrou ainda que o MpD prometeu rendimento de inclusão para todas as famílias, isenção de impostos para as Micro e Pequenas Empresas. «Mas ao invés de termos um Governo que dizia amigo dos contribuintes, temos um Governo desconfiado, onde microempresários vão estar agora “com a corda no pescoço” e até sujeitos a ameaças de prisão. Isto sem se falar da construção da 2.ª fase do Caís do Porto Novo no sentido de alavancar o Turismo de Cruzeiros, e o Aeroporto de Santo Antão, onde, ao invés de se falar do arranque das obras conforme prometido, fala-se de estudos», recorda a líder do PAICV no Porto Novo.
Elsa Pinheiro fez, no entanto, questão da realçar que o seu PAICV quer protagonizar uma oposição cítrica e responsável no concelho, tendo em primeiro lugar as legitimas preocupações dos munícipes. «O PAICV, enquanto partido de valores e princípios, e oposição no Município do Porto Novo, assumiu para com os portonovenses o compromisso de fiscalizar as acções da Câmara Municipal com seriedade e responsabilidade, não apenas criticando as más políticas, mas apresentando também alternativas e soluções credíveis, defendendo firmemente os legítimos interesses do Concelho», conclui a primeira secretária local do PAICV.